terça-feira, 29 de março de 2011

Falando numa assembléia batista


De vez em quando é bom relembrarmos algumas "regras batistas" de agir numa assembléia (reunião da igreja onde os membros discutem e decidem assuntos internos). Além do mais, é um "tal" de gente perdida e surpreendida pelos batistões de carteirinha, que é bom ensinar também.
É claro que não vou ficar aqui destrinchando um assunto chato desses (rss), por isso só vou dar uns toques sobre o falar na assembléia.   

1 - Não se deve gritar o que você deseja dizer. Quando você quiser falar, levante a mão de forma que o presidente possa vê-la e então lhe conceder a palavra, ou levante-a e diga (pode até ser num volume alto para que ele ouça): “peço a palavra, senhor Presidente”.

2 - O Presidente concederá a palavra a quem primeiro solicitar e, havendo mais pessoas desejosas de falar, continuará seguindo a seqüência - por isso é importante que você tenha certeza que ele viu a sua mão levantada!


3 - Existem dois critérios que alteram a seqüencia dos que vão usar da palavra, um é o da idade - os mais velhos tem prioridade, e o outro é o da distância - os que estiverem sentados mais longe do Presidente terão preferência.

4 - Quando muitas pessoas quiserem falar sobre o mesmo assunto, o Presidente poderá ordenar a abertura de inscrições. Neste caso, qualquer um pode imediatamente propor um número limite de inscritos e/ou um tempo máximo para cada pessoa que falará. Definidas e abertas as inscrições, o secretário anotará os nomes até o limite determinado, sendo concedida a palavra rigorosamente pela ordem em que anotou. 

5 - Depois que o Presidente colocar o assunto em votação, a ninguém mais será concedida a palavra, sob qualquer alegação, antes que os votos sejam apurados.


6 - “Pela ordem!” Ao ser usada esta expressão a palavra lhe será imediatamente concedida, "furando" mais uma vez a seqüencia de quem vai falar. Entretanto, esta expressão só pode ser usada...

...quando não estiver sendo observada a seqüencia pré-estabelecida dos debates.

...quando algum assunto que tenha sido adiado não se encontra na agenda. 


...quando alguém no uso da palavra não estiver falando do assunto em discussão - neste caso funciona como uma chamada de atenção para que o Presidente faça o "irmãozinho" se calar ou voltar ao assunto.

...quando você quiser propor um limite de tempo para cada pessoa que for falar - para os irmãos tagarelas! Neste caso deve haver votação imediata.


...quando você quiser propor o encerramento da discussão e imediata votação. Neste caso deve haver votação imediata da proposta - se ela passar, ninguém mais terá a palavra, mesmo tendo levantado a mão ou se inscrito anteriormente; se não passar, segue-se a ordem dos que desejavam falar normalmente.

...quando você quiser propor o adiamento da discussão por tempo determinado ou indeterminado - essa é para a hora da fome!

tirando fotos da fome

...quando você quiser entregar ou devolver o assunto a uma comissão para que o estude melhor e traga posteriormente um parecer.

...quando você quiser propor a prorrogação ou encerramento da sessão, que deverá ser votado.

...quando você quiser propor que somente falem até no máximo duas pessoas favoráveis e duas pessoas contra a proposta em discussão, que deverá ser votado.

7 - Ao falar, estando favorável ou contrário, procure manter os seus nervos controlados - diga o que deseja num tom de voz normal, firme, sem ofender ninguém.



Bom, é isso aí! 
A ignorância leva a erros perigosos mas pior é ter o conhecimento e não usá-lo!

sexta-feira, 18 de março de 2011

"Vem, Senhor" e a "Posição da Rã"

Passei o período de Carnaval em casa, uma raridade. Normalmente aqui em frente, por ser praia, toca-se direto o que alguns consideram música: um repertório pobre musicalmente, com letras de pura apelação sexual. Eu chamaria esse repertório de "música de bêbado pobre", cujo um dos últimos sucessos é a tal da "Posição da Rã". Quem já ouviu sabe do que estou falando, e pra quem não ouviu, não vale a pena eu sequer escrever a letra pra vocês.
Enfim, com essas eu já estou acostumada, mas... Numa dessas manhãs do Carnaval, ainda dormindo, pensei estar sonhando:


"Vem, Senhor encher este lugar... anram, anram... anram, anram, anram!" 
 
Com o raciocínio ainda lento, levantei meio atordoada e percebi que ainda estava ouvindo essa "versão"! Abri a porta do quarto e gritei pra minha mãe: "Eu to sonhando ou é isso mesmo que eu estou escutando?". Ela, sorrindo, respondeu: "É sim. São os crentes!"

Antes que vocês pensem o que eu também pensei, na verdade era um grupo de jovens da Episcopal, que alugou um apartamento no prédio ao lado do meu e passou todas as manhãs do período de Carnaval fazendo evangelismo no "point", que é na frente do meu prédio. Sim, a música da rã estava tocando num carrinho de vender CDs, de um vendedor ambulante - nenhum vínculo com a música dos jovens da Episcopal, rsss. 
O fato é que eles me chamaram a atenção - montaram um estrutura simples de som; com um violão, um baixo, percussão e uma voz; distribuindo garrafinhas de água de graça; com uma faixa onde se lia: "Bloco Jesus é a Água da Vida"!
Quando desci pra ver mais de perto, haviam vários grupinhos de duas, no máximo três pessoas, conversando com os que se aproximavam. Soube depois que um dos que "davam a Palavra" havia se convertido num trabalho parecido realizado nas ladeiras de Olinda.

Pense comigo: onde estão os "crentes" no período de Carnaval? Nos retiros, acampamentos, em sítios ou viajando com a família. Quero dizer: isolados de todo mal! Sobem ao monte, desfrutam da presença maravilhosa do Senhor Deus e dizem como Pedro: "Senhor, bom é estarmos aqui; se queres, façamos aqui três tendas" (Mateus 17.4).  
Enquanto isso, as ruas das cidades são tomadas por milhões de pessoas, numa "brincadeira" promovida pelo príncipe deste mundo. Tudo é diversão, diz ele, mas nela está acoplada a busca desenfreada pelo prazer, a bebedeira, as infidelidades, as drogas, a prostituição, a apologia ao homossexualismo, só pra citar alguns.
Sinceramente falando, ponha-se no lugar de um "não-crente" - você deixaria de ir pro Carnaval pra ir a um retiro espiritual? OK, existem alguns que vão, mas são pouquíssimos em relação ao mar de gente do Carnaval. 
Eis um assunto polêmico: trios elétricos evangélicos e evangelismo de rua no meio do Carnaval! Estaríamos usando as mesmas "armas" de Satanás?
Dêem uma olhadinha nesse vídeo:


Lembro-me agora de um patriarca: "Abraão plantou uma tamargueira em Beer-Seba, e invocou ali o nome do Senhor, o Deus eterno. E peregrinou Abraão na terra dos filisteus muitos dias" (Gênesis 21.33,34).
“Abraão estava em terra de povos pagãos, e um dos costumes locais era adorar as árvores - acreditava-se que elas eram habitadas por ‘deuses’ ” (GOMES, 1985, p.131; LEITE FILHO, 1984, p. 102) ou serviam de oráculos dos cultos (GOMES, 1985, p.130). O fato é que Abraão plantou tamargueiras para cultuar ao Deus vivo, usando um costume local (KIDNER, 1979, p. 132) e transformando estes “oráculos” em altares do verdadeiro culto, servindo como um testemunho para aquela gente (BUSH, 1999, p. 89; GOMES, 1985, p.131; LEITE FILHO, 1984, p.102).     
Também me lembro de Paulo, que em plena Atenas, usou um dos altares daquele povo idólatra para discursar sobre o verdadeiro Deus (Atos 17.22-23)!  

Enfim, o que aconteceria se os "crentes" deixassem de ir para seus "mosteiros" e invadissem cada esquina com louvores ao verdadeiro Deus, teatros impactantes e tantas outras formas de tornar conhecido o nome do verdadeiro Deus?
FIQUE AÍ PENSANDO...

Referências:
BUSH, Frederic W.; HUBBARD, David A.; LASOR, William S. Introdução ao Antigo Testamento. São Paulo: Vida Nova, 1999.
GOMES, David. O judeu chamado Abraão. ed. 2. Rio de Janeiro: Escola Bíblica do Ar, 1985.
KIDNER, Derek. Gênesis: introdução e comentário. Série Cultura Bíblica. ed. 1. São Paulo: Vida Nova, 1979.
LEITE FILHO, Tácito da Gama. O desafio da fé: vida, época e mensagem de Abraão. Rio de Janeiro: JUERP, 1984.

     


 

quarta-feira, 16 de março de 2011

Comunicação, Expressão e Liberdade

Qual seria o homem de apenas algumas décadas atrás que poderia imaginar um mundo como o nosso? Skype, MSN, Orkut, Twitter, Facebook, Badoo, Blogs, Sites - só pra dizer alguns. Falamos e vemos amigos de outros continentes, fazemos amigos virtuais (não é estranho se tornar amigo de alguém que você nunca esteve fisicamente perto?), trocamos informações e conhecimento, recebemos e acompanhamos notícias do mundo todo praticamente em tempo real! Quem imaginaria?

Diante de tantos meios de comunicação fico aqui, neste momento, a pensar sobre a minha expressão. Sobre o que quero me expressar? 
POLÍTICA... Com certeza há alguns meses atrás este seria o meu assunto principal.
MÚSICA... Todos os meus dias são preenchidos por ela. 
DEUS...  Até onde sei, nada sei.
IGREJA... Até onde sei, vejo mais do que muitos.
COMPORTAMENTO HUMANO... Alguns me intrigam.
HISTÓRIA... Gosto de coisas antigas.
VIAGENS... Ai, meu sangue cigano!

Posso me expressar sobre tudo isso e algo mais, entretanto a principal pergunta é:
Até que ponto tenho liberdade pra isso?
Teoricamente estou num país que me confere o direito de livre expressão, mas... Quem sou eu? Quais as implicações de dizer o que penso? Haveriam retaliações? Devo deixar de lado as questões polêmicas? Enfim, tenho mesmo liberdade ou os limites estão apenas camuflados?   

Bem, sou filha do Pr. Daniel Rocha Guimarães (in memoriam). 
A resposta está no gene...