sexta-feira, 2 de março de 2012

Uma Característica Esquecida


Muito se tem falado e estudado sobre as características do cristão. Ora, cristão é aquele que segue a Cristo, quero dizer, aquele que O imita, logo, devemos ser amorosos, fiéis, humildes, de confiança, etc... Exatamente dentro desse “etc” é que encontrei nesses últimos meses uma característica esquecida, não tão estimulada, mas tão freqüente na vida do nosso Mestre.
Cabe aqui um breve parênteses: é fato que já ouvi várias vezes sobre ela, mas como, com tanto “tempo de igreja”, não havia percebido a sua enorme dimensão e importância e, conseqüentemente, seu necessário desenvolvimento na vida do discípulo?
Essa foi a característica que superabundou no relacionamento de Deus com Seu povo Israel, que motivou Jesus a ensinar às multidões sem orientação espiritual (Mc 6.34), a cuidar não só da parte espiritual mas também das necessidades físicas básicas (Mt 15.32), e a se aproximar dos marginalizados não se importando com o que as pessoas iriam falar (Mt 9.10-13). Acabou? Não! Apenas folheando os quatro evangelhos notei muitas outras menções literais a essa característica nas atitudes de Cristo, isso sem falar na sua total presença na história da salvação, o que inclui a regeneração e o uso poderoso de pessoas que nós, sinceramente, nunca teríamos sequer cogitado.  
A essa altura alguns de vocês devem estar pensando: “É o amor”. Sim, pois esta característica está contida dentro dele, mas tem uma perspectiva especial, singular – estou falando da compaixão! Esse sentimento que nos faz sentir a dor, o sofrimento, a necessidade do outro, mesmo que este seja desconhecido; que nos enche de um incômodo interior tão grande que necessariamente nos move a fazer algo em prol do outro; que repensa a importância das convenções e regras estabelecidas; que ultrapassa as barreiras do preconceito da sociedade ou até eclesiástico! Um sentimento que pode existir apenas em alguns momentos, como nas grandes tragédias, ou que pode tornar-se uma característica daquele que a estimula em todas as suas ações, como na vida de Cristo.
      Ahh! A compaixão! Tão mencionada como sentimento, tão esquecida como característica do cristão! É só imaginar: como seria o evangelismo? A ação social? Os relacionamentos? Os comentários que saem de nossas bocas? As decisões e atitudes? Tudo mudaria com um pouco mais desse sentimento, que dirá com cristão conhecidos por essa característica!

(figura retirada de http://umcaminhoparaatransformacaodamente.wordpress.com/2011/01/08/compaixao/ )